Carnaval de Francisco Morato: a cultura, as escolas de samba e o abacaxi

Chegado a época do ziriguidum, este ano quem aguardava a realização do Carnaval moratense 2013 ficou sem entender o enredo. A comemoração ficou por conta de cada escola de samba e, levando em consideração que em Francisco Morato existem apenas duas, o resultado talvez não tenha sido tão satisfatório para aqueles chegados em uma folia.
Segundo uma nota de esclarecimento divulgada no blog da Escola de Samba Estação Primeira, a administração da Prefeitura, após posse, informou às escolas de samba que não teria tempo hábil para estruturar o evento e nem disponibilizaria de verbas para repassar às escolas de samba - resta saber por qual motivo a administração anterior não aproveitou os meses vigentes de 2012 para providenciar tal organização. Mediante a situação, a Estação Primeira providenciou um desfile de improviso na própria sede, nesta segunda-feira (11/02). As passistas, à frente da bateria, tiveram que mostrar seu brilho e samba no pé entre carros, pavimentação falha e iluminação fraca, atraindo a atenção dos moradores e quem passava pela avenida.
Por outro lado, a Escola de Samba Unidos de Vila Belém, não se apresentou. “Não houve condições este ano, a Prefeitura e a Cultura não deu sustentação”, afirma Lúcio Pereira, 55 anos, presidente da Unidos de Vila Belém.
Quando se trata de Carnaval em Francisco Morato, a imaginação pode até esbarrar nas grandiosas alegorias e carros alegóricos que costumam desfilar no Anhembi ou na Sapucaí, mas dificilmente se lembrará, de maneira consistente, o papel social e importante que as escolas de samba exercem sobre a comunidade. Afirmação lúcida aos olhos de quem conhece esse mundo fascinante. Embora o samba tenha passado por muitos percalços para chegar aonde chegou e ainda tenha que percorrer muitos caminhos e passarelas, chama à atenção a sua eficácia quanto à transformação e a forma como o tema é destacado (ou não) pela administração pública no decorrer destes anos.
No entanto, ao que tudo indica o episódio não mais se repetirá. Ainda este mês, os sambistas tem uma agenda marcada com a Superintendência de Cultura para discutir quais os compromissos que deverão ser assumidos, tanto por parte das entidades quanto por parte do governo, tratando a questão de forma apresentável e séria, já que existe uma lei que oficializa o carnaval da cidade.
O momento é uma oportunidade ímpar para articular a agenda durante o ano, buscando superar percalços ainda não solucionados e faz parte dos passos primordiais para dar a nova cara ao município. No geral, goste ou não de samba, sua passagem e evolução é ocasião para concretizar o sonho antigo do sambista em transformar sua cidade em um verdadeiro ponto de encontro, grandioso o suficiente para se tornar citado por onde quer que ele vá.
A pretexto, assim como já compôs João Nogueira: “força nenhuma cala a voz da multidão. E cantar inda vai ser bom, quando o samba primeiro não for prisioneiro desse desespero e resignação. E lá vai minha voz, espalhando então, o meu samba guerreiro, fiel correio da população”.
Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Estação Primeira de Francisco Morato
Fundação: 13 de maio de 1999
Presidente: Armando Grossi, o Alemão.
Sede: Avenida Ulisses Guimarães, n° 364 – Jd. Rosas
Blog: estacaoprimeirafm.blogspot.com.br
Facebook: EP de Francisco Morato
Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Unidos de Vila Belém
Fundação: 30 de abril de 2005
Presidente: Lúcio Pereira
Sede: Rua Porto Velho, n° 60 – Pq. Belém
PUBLICADO EM JORNAL BOM DIA CIDADE | 2013