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Viver e me ver!

"É tempo de festa,

Enfeites e animação.

Teve gente ajudando

Pra seguir a tradição

E foi neste momento

Que não perdi a oportunidade

Tratei de um assunto sério,

Falei da diversidade."

Tamires Santana


O mês de junho chegou.


Bora festejar e conscientizar!


A consciência cidadã deve estar presente em todos os momentos da vida de um ser humano. Ela se faz valer por meio da educação, que devidamente estruturada, ajuda o ser a trilhar um caminho de infinitas reflexões e quebras de ideias e comportamentos degastados ou obsoletos.


E cabe a todos nós prestar este papel de sermos eternos alunos e educadores.

Ao auxiliar a escola do meu filho nos preparativos da festa junina deste ano, recebi a tarefa de confeccionar alguns espantalhos que fariam parte da decoração do festejo. Tomada às referências, proporções e os materiais para a confecção dos personagens, parei e me perguntei: “como posso colaborar para cada aluno se veja representado?”.


Após análise, cheguei a um denominador comum. Cada espantalho manifestaria a pluralidade da identidade, característica da humanidade, mas focado nas que mais estão presentes em terras tupiniquins. Além da diversidade étnica, com a ajuda de esposo e filho, procuramos abordar a representatividade de gênero e alguns espantalhos passaram a ser espantalhos mulher – prova disto, não existe a palavra “espantalha”, de tão masculino que é (sic).


Tudo pode ser transformado em oportunidade para a prática de ações afirmativas. A educação não deve formar (originário de forma) e sim preparar. O cidadão precisa saber desenvolver expertises que o ajudam a viver experiências de vida sem reproduzir atitudes intolerantes, machistas e preconceituosas (de todos os tipos).


Onde está... a representatividade?


A diversidade não precisa ser encontrada, ela está estampada na nossa cara e, na dúvida, é possível observar as diferenças e semelhanças do outro. Já a representatividade, dá até para montar um livro de busca estilo “Onde está Wally”. A cada nuvem que passa, parece estar mais ausente.


Começamos pelos canais de comunicação de alcance massivo, a mídia, que não se resume apenas a televisão. Sou aquela que abre o jornal ou revista (ou páginas na web) e conta quantos negros e mulheres (independente da etnia) aparecem nos anúncios e reportagens. Aquela que presta atenção nos panfletos distribuídos por órgãos públicos da região onde vivo (Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha e São Paulo) e fica esperando o dia em que um preto vai sair do fundo ou da margem de segurança da impressão. Agora quer me deixar incomodada de verdade? Sou aquela que conta quantos santos ou orixás negros existem representados em um altar de religiões de matriz africana. No caso de religiões sincretizadas (com negros, índios e brancos), terem apenas uma etnia representada é uma barbaridade. Até porque o nome diz “religião de matriz africana”, se não tiver ao menos equiparação entre as etnias representadas no altar do templo que se propõe “fazer o bem sem olhar a quem”, parou! Mas esta conversa fica para depois...


Não há nada melhor do que se ver representado de forma positiva. Que jamais percamos a oportunidade em lutar pela conquista da igualdade.


Viver e me ver!



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Tamires Santana

Tamires Santana é um ser vivo, dotado de inteligência e conhecimento (até que se prove o contrário). É pai, mãe e espírito - nem um pouco santo. Estuda, trabalha, busca, anda — principalmente de trem e bicicleta. Chegou a conclusão de que quanto mais se busca, menos se sabe. Gosta de falar sobre arte, cultura, cultura popular, política, economia solidária, design, religião, índio, folclore brasileiro, samba, carnaval, literatura infantil, ciência, criança,
desenho animado, cinema, plantas, minhocas, compostagem e um montão de outras coisa. É adepta da
filosofia de vida "é pra frente que se anda".

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